O superintendente do Sicredi, David Vacari Conchon, explica porque este termo vem ganhado cada vez mais popularidade no mundo dos negócios
Versão aportuguesada da expressão inglesa ‘intrapreneur’, o intraempreendedorismo é uma tendência entre profissionais antenados com as boas práticas de mercado que querem se destacar no ambiente corporativo. Basicamente este termo designa a ação de inovar dentro dos limites organizacionais, ou seja, empreender dentro de uma companhia já consolidada para potencializar as oportunidades de crescimento institucional e agregar com soluções para gaps internos. Em suma, intraempreender exige que o colaborador assuma uma visão de dono e perceba onde há pontos a serem melhorados para otimizar os negócios.
Um empecilho comum, porém, é o de lideranças rígidas e controladoras que não dão liberdade para inovar nas instituições, o que acaba por desmotivar a equipe interna. O superintendente do Sicredi, David Vacari Conchon, enxerga que, apesar de ainda haver gestores com esta mentalidade ultrapassada, o cenário está mudando e se tornando mais favorável para aqueles que anseiam por uma chance de se sobressaírem no trabalho.
“É um movimento natural. O líder que não se adaptar vai ser demitido pelos próprios colaboradores. Não pela diretoria, mas pelos funcionários mesmo. As pessoas não suportam mais este tipo de gestão. Ou as lideranças se adaptam ou começarão a sair do mercado e dar espaço para gente mais inovadora”, afirma David.
É correto então dizer que o colaborador moderno possui autonomia para propor e gerir soluções dentro das empresas, assumindo uma postura mais ativa frente aos desafios organizacionais. As profundas mudanças socioeconômicas no país fizeram com que as empresas saíssem da zona de conforto e repensassem posições e hierarquias. Para ir além e colocar-se como um profissional apto a lidar com tais desafios é necessário mais do que a vontade de dar o primeiro passo. É preciso conquistar diariamente a confiança dos gestores e criar um ambiente mais propensos às mudanças.
“Nós temos como mudar todo o ambiente em que a gente está, basta termos um olhar crítico para as coisas. Não é crítico no sentido destrutivo, de pessoa negativa que só fala mal das coisas. Mas sim a pessoa que olha e pensa ‘isso aqui dá para melhorar’. Este é o caminho: as pessoas precisam ter um olhar crítico para avançar com novas ideias e sugestões. É uma questão de mudança interior, um olhar diferente para aquilo que já se está acostumado a ver”, aponta o superintendente do Sicredi.
Um exemplo de empresa que fomenta a cultura de inovação é a Apetit que, no último ano, conquistou o prêmio de Campeãs de Inovação, promovido pela Revista Amanhã. Há algum tempo a companhia implantou um departamento interno de Project Management Office (PMO), que oferece metodologia, auxílio no gerenciamento de recursos e acompanhamento em todas as etapas do projeto. Assim, qualquer colaborador, independentemente do cargo que ocupa ou da área em que atua, pode desenvolver um projeto que contribua para a melhoria empresarial, o que faz com que a companhia ganhe em eficiência e produtividade.
“Tenho certeza que a Apetit está no caminho certo com um propósito bem transparente e claro para todos os colaboradores. Ela possui uma equipe jovem com bastante pegada, então acredito realmente que o processo de alinhamento da cultura e da missão de onde a empresa quer chegar são compartilhados por todo o time”, finaliza o David.